quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Plano de negócios é o 1º passo para o sucesso de uma empresa

Antes de abrir um negócio próprio e investir o dinheiro poupado por anos, o futuro empresário deve colocar a ideia no papel e produzir um material que o ajude a não transformar o novo empreendimento em um "voo cego". Conhecido como plano de negócios, trata-se de um projeto que lista todos os requisitos que podem levar a empresa a se tornar um sucesso, mas que também tenta prever as dificuldades que existirão até que haja retorno financeiro do empreendimento.

Além de servir como um "passo a passo", ele é fundamental para que o empresário consiga atrair investidores e empréstimos, dizem especialistas.
 
"Segundo uma pesquisa da escola de negócios da Universidade Harvard, nos EUA, um plano de negócios bem feito garante o sucesso de 60% dos empreendimentos. Ele contém as diretrizes e é fundamental para transmitir credibilidade. Bancos e outras instituições financeiras também exigem esse projeto para conceder empréstimos", diz o professor da Business School São Paulo (BSP) Edison Kalaf. "É um balizador da tomada de decisões na nova empresa e tem que ser constituído próximo da realidade para se revelar um norteador", afirma o consultor do Sebrae-SP, Renato Fonseca.
 
Segundo o Sebrae, o plano de negócio é o mapa do empreendimento. Ele descreve os objetivos e que passos devem ser dados para que eles sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. O plano deve conter o máximo de detalhes possíveis sobre os dados dos empreendedores (experiência profissional e atribuições dos sócios), a missão da empresa, os setores de atividades, a forma jurídica, o enquadramento tributário, o capital social e as fontes de recursos.
 
Antes de elaborar um plano é preciso conhecer bem as especificidades do setor no qual o empreendedor vai investir. Por exemplo, no caso de uma confecção, é preciso saber detalhes como público (infantil, adulto ou feminino), tipo de tecido (jeans, malha, linho) e mais detalhes. Também é fundamental conhecer o mercado consumidor, pois isso abrange as informações necessárias para a identificação dos prováveis compradores. Questões como o que produzir, de que forma vender, qual o local adequado para a venda, qual a demanda potencial para o produto são importantes para se identificar esse mercado.
 
Para iniciar e manter qualquer atividade empresarial, a empresa depende de fornecedores de equipamentos, máquinas, matéria-prima e outras mercadorias. Saber quem são esses fornecedores e como é a negociação com eles também deve estar claro também no plano.
 
Confira um passo a passo de como montar um plano de negócios:
 
 
Dados dos empreendedores

O consultor de finanças do Sebrae-MG Arnou dos Santos diz que a primeira parte do plano de negócios deve conter o mapeamento de todos os dados do estabelecimento (local, estrutura, número de funcionários), bem como a experiência e atribuição dos sócios. "Com o detalhamento dessas informações, falando quem ficará responsável por qual setor, fica mais fácil evitar problemas futuros", afirma.
 
Nesse caso é importante verificar também se os objetivos dos sócios são os mesmos, o valor da remuneração de cada um, como será feita a distribuição dos lucros e o quanto será reinvestido na empresa. Segundo o Sebrae, é importante verificar se os sócios não possuem restrições cadastrais ou pendências junto a órgãos como a Receita Federal, Secretaria da Fazenda e o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Qualquer problema em relação a esses órgãos pode dificultar o acesso a empréstimo e até impedir o registro do negócio.
 
 
Missão da empresa

O papel que uma empresa desempenha em sua área de atuação é o ponto de partida que identifica e dá rumo ao negócio. Para definir essa missão é preciso especificar a natureza do negócio e o mercado consumidor. "Deve estar previsto o potencial de crescimento e a estratégia de entrada no mercado da empresa", afirma Kalaf.
 
Setores de atividades

É preciso definir o setor no qual a empresa deve atuar e conhecer detalhes do seu produto ou serviço e oferecê-los para que atendam às necessidades de seu mercado. Também é importante saber qual a utilização do seu produto ou serviço, qual a embalagem, tamanhos oferecidos, ou seja, detalhar as especificidades do produto.
 
Análise de mercado

Conhecer o concorrente, saber se oferecem serviços iguais ou semelhantes aos que se pretende oferecer e o preço praticado proporcionam uma entrada e aceitação mais fáceis no mercado. A concorrência deve ser vista como uma situação favorável uma vez que bons concorrentes servem como parâmetro de comparação e estímulo à melhoria. Além disso, é nesse momento que é analisado o cliente, a parte mais importante da elaboração do plano. "Sem clientes não há negócio, pois são eles que compram os produtos. O perfil dos clientes, seus interesses, comportamentos, são elementos fundamentais para a geração de receita e devem estar no plano", diz Arnon.
 
Forma jurídica

No plano deve conter a forma jurídica da empresa, a maneira pela qual ela será tratada pela lei, que terá papel importante também no relacionamento jurídico com terceiros como fornecedores e clientes. As formas mais comuns para micro e pequenas empresas são a sociedade limitada (LTDA), em que duas ou mais pessoas associam-se para a criação de uma pessoa jurídica, ou sociedade ilimitada, no qual há apenas um dono responsável pela empresa.
 
Enquadramento tributário

No plano de negócios a empresa deve definir a forma de recolhimento de tributos. Para as pequenas empresas, os regimes adotados são empreendedor individual (com receita bruta anual de até R$ 36 mil), o regime Normal (as empresas recolhem os impostos da forma convencional) e o regime Simples (destinado às empresas que cumprem os requisitos para simplificação de tributos e recolhimento de um imposto único), segundo o Sebrae.
 
Capital social e fontes de recursos

É importante dimensionar a capacidade produtiva da empresa e, para isso, é fundamental saber todo o capital social já integralizado (dinheiro que já está investido) e o valor disponível para fluxo de caixa. Para Santos, é nessa parte que os recursos da empresa são delimitados. "É nessa parte que serão inseridos todos os custos fixos relacionados a aluguel, salários, gastos com combustíveis e outras despesas, além da lucratividade esperada e o prazo de retorno do investimento."
 
Fonte: Portal Terra

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